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Jane Austen, Thibaudet e um retrato da burguesia do séc. 18

Jane Austen, Thibaudet e um retrato da burguesia do séc. 18
Ademir Pascale
set. 26 - 5 min de leitura
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Nascida em 16 de dezembro de 1775, a britânica Jane Austen foi uma das figuras mais importantes da literatura inglesa, juntamente de William Shakespeare. Filha de um sacerdote, teve sete irmãos, destacando sua irmã mais velha Cassandra, que foi a autora do único retrato conhecido de Jane (o quadro se encontra na galeria nacional de arte de Londres).

Jane foi autora de celebres romances, dentre os quais “Razão e Sensibilidade” (1811); “Orgulho e Preconceito” (1813); “Emma” (1815) e “Persuasão” (1818). Não precisamos ter olhos atentos para identificarmos uma obra de Jane Austen, pois todas carregam incrível sensibilidade, além do retrato detalhado da burguesia da época.

Hoje discutiremos mais sobre as obras "Orgulho e Preconceito" e "Razão e Sensibilidade", que foram adaptadas para o cinema. Estes dois longas são incrivelmente semelhantes, retratando a vida de meros camponeses e burgueses da época. A simplicidade é o destaque dos enredos, e as narrativas são absolutamente admiráveis.

Em "Orgulho e Preconceito", foi criada uma atmosfera para que o espectador fosse levado ao mundo da protagonista Elizabeth Bennet (Keira Knightley). O ambiente do longa é indescritível, minuciosamente trabalhado e rico em detalhes.

O filme inicia-se com a bagunça de uma casa com cinco garotas virgens não muito prendadas, algo para repulsa de qualquer família nobre, principalmente para os pretendentes. Naquela época, era imprescindível uma mulher saber bordar, tocar piano, cantar e pintar, além de outras tarefas do cotidiano, como escrever poesias e ler contos, algo que a protagonista não dominava. Elizabeth Bennet era uma terrível pianista. E como toquei no assunto, a trilha sonora do enredo é interpretada por um dos grandes pianistas do mundo, Jean-Yves Thibaudet. Ouça:

No longa-metragem "Orgulho e Preconceito", encontramos vários planos através de janelas, significando os véus da percepção, uma espécie de mensagem subliminar (notamos as personagens através das janelas da sua própria percepção).

"A energia que você sente como diretor, filmando uma cena como essa, é a melhor sensação do mundo. A adrenalina é incrível.", disse o diretor Joe Wright ao filmar uma dança envolvendo quase todos os atores e dezenas de figurantes, sendo que a maioria eram realmente habitantes do local, sem nenhuma experiência em frente as câmeras.
INTERESSANTE
Tanto os livros como os filmes baseados nas obras de Jane Austen, são indicados nas universidades, principalmente nos cursos de Letras e História.

Conforme dito anteriormente, a autora também teve adaptado para as telas seu romance "Razão e Sensibilidade", num longa-metragem que carrega praticamente as mesmas características de "Orgulho e Preconceito". Ambos têm finais felizes, bem diferente da vida da autora, que morreu solitária em 28 de Julho de 1817. Acredito que um grande amor e uma vida feliz era tudo com que Jane Austen sonhava, deixando transparecer nitidamente em suas obras seu simples desejo.

Se um dia você for à Inglaterra, não se esqueça de visitar a casa-museu de Jane Austen, a qual foi sua última morada, tendo vivido no local entre 1809 e 1817 com sua irmã Cassandra e sua mãe.

Além de alguns contos, Jane deixou dois romances incompletos: "The Watsons” e “Sanditon".

Filme: Becoming Jane (2007)
(Becoming Jane, EUA/ Reino Unido, 2007)
Sinopse: Cinebiografia da escritora Jane Austen (Anne Hathaway) e seu romance com um jovem advogado irlandês Tom Lefroy, antes da fama. Seu relacionamento com ele a inspira na criação de personagens para seu mais famoso romance, Orgulho e Preconceito.
Gênero: Drama
Direção: Julian Jarrold
Elenco: Joe Anderson, Jessica Ashworth, Maggie Smith, Julie Walters, Anne Hathaway, James Cromwell, Laurence Fox, Anna Maxwell Martin, James McAvoy, Chris McHallem, Lucy McKenna, Donald O'Farrell
Site Oficial: becomingjane-themovie.com

Livro: Orgulho e Preconceito
Um retrato fiel, divertido e inteligente da sociedade inglesa do início do séc. XIX. Os costumes, o amor, a condição da mulher, os preconceitos e o casamento são abordados de maneira simples e engenhosa neste livro, considerado uma das primeiras comédias românticas da história e uma obra-prima da literatura universal. Tradução de Paulo Mendes Campos.
Editora: Ediouro
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 156

Livro: Razão e Sensibilidade
Depois da morte do pai, as irmãs Marianne e Elinor Dashwood perdem toda a herança para um meio-irmão. Sem dote, têm poucas chances de fazer um bom casamento. Marianne (a sensibilidade) apaixona-se à primeira vista por um homem que não é tão leal quanto imagina. Elinor (a razão) gosta de alguém com quem não pode se casar.
Editora: Best Seller
Ano: 1997
Edição: 1
Número de páginas: 304

 

Ademir Pascale: Paulista, escritor, ativista cultural e digital influencer. Editor da Revista Conexão Literatura (http://www.revistaconexaoliteratura.com.br). Membro Efetivo da Academia de Letras José de Alencar (Curitiba/PR). Chanceler na Academia Brasileira de Escritores (Abresc). Participou em mais de 40 livros, tendo contos publicados no Brasil, México, Portugal e França. Criador e organizador do livro "Possessão Alienígena" (Editora Devir). Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e HQs. Autor do romance "O Clube de Leitura de Edgar Allan Poe" (Editora Selo Jovem) e autor convidado do novo livro "Aquela Casa" (Editora Verlidelas). Contato: ademirpascale@gmail.com


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