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Eu, nos tempos do Covid-19

Eu, nos tempos do Covid-19
Iolanda Reboucas dos Santos
out. 13 - 5 min de leitura
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Logo que começou essa quarentena, jamais pensei que fosse atingir nossa vida com tanta intensidade. Tivemos logo cuidados para evitar a contaminação. Uso de álcool 75% para desinfetar as compras que passamos a fazer pelo Whatsapp, uso frequente de sabão e água, toda vez que recebíamos alguém ou alguma coisa fora do apartamento. Uso de máscaras muitas vezes dentro de casa quando alguém saia e não tivesse ainda tomado banho da cabeça aos pés. O estresse foi tomando conta de nós, porque meu genro saia para trabalhar e ainda não tinha assimilado o perigo, e, talvez, por causa disso, minha filha foi contaminada e meu neto de 2 anos também. Eu, comecei meu doloroso confinamento em meu quarto, com a porta fechada, pois minha filha não queria que eu fosse contaminada. Ainda bem que a doença não foi muito severa com eles. Quando eles estavam na sala para almoçar, permanecia trancada. Só saia para ir ao banheiro ou à cozinha quando era a minha vez de fazer minhas necessidades ou me alimentar. Foi um tormento viver assim e fiquei uns 15 dias nessa vida até que minha filha e meu genro resolveram ir para outro lugar e deixaram com apartamento para que eu pudesse me exercitar, etc.. Nesse ínterim, comecei a ter sintomas psicológicos. Fiz exames e todos deram negativos para o vírus. Só os via através do vídeo ou da janela do meu quarto quando iam lá no nosso apartamento buscar alguma coisa. Até que minha sobrinha me chamou para eu vir ficar com ela pois pelo menos ficaria livre do isolamento total.  Então depois dos exames negativados, vim morar em outro bairro, outro apartamento e outras pessoas. Aqui estou já há uns quase dois meses. Louca de vontade de voltar para meu apartamento, apesar da vida maravilhosa que tenho pois sou tratada como uma princesa. Nada me falta. Todos os cuidados estou tendo aqui. Vejo meus filmes, minhas séries, leio, escrevo em meu diário, posto no Facebook, Instagram e Twitter. Ouço a rádio, principalmente a Rádio Metrópole de Salvador. Adoro!Já chorei muito, quando sinto que nada ainda foi feito para nos livrarmos dessa maldita pandemia. Fico mesmo com pânico e tomo 1/2 comprimido de Lexotan quando o negócio fica bravo. Até o péssimo governo brasileiro, que tem um psicopata a ditar normas autoritárias e burras...para o povo brasileiro e influencia negativamente nas nossas vidas, com aumento dos produtos de supermercados, padarias, farmácias... Nunca fez um hospital para atendimento de pessoas contaminadas e ainda fala que é apenas uma gripezinha. Não se importa com 150 mil  vítimas mortas. Um genocida ao meu ver.  Seus ministros são verdadeiros algozes. Principalmente o do Meio-Ambiente, Saúde, Educação, e Agricultura. Isso foi um parêntese para demonstrar quanto um péssimo governante afeta muito negativamente nossa vida.

Mas melhoro logo pois tudo me distrai. Minha alimentação está ótima, frutas, proteínas, verduras, legumes e de vez em quando uma fatia de pizza que não sou de ferro. Só fico triste, porque deixei de ir ao salão de beleza fazer minhas unhas e meus cabelos. Não saio para nada. Para não dizer que não saí em mais de 180 dias, fui tomar a vacina para gripe, pois sou idosa 73 anos, fui a uma consulta com a oftalmologista, revisão e saber quando devo fazer a cirurgia de catarata, ela me despreocupou, dizendo que está tudo bem e que a cirurgia pode esperar um pouco mais. Também fui ao Banco do Brasil, resolver o problema da senha da internet. Pronto...quando sair uma vacina segura e estável eu tomarei e sairei para uma vida mais normal. Novo normal. Minha separação de minha filha, meu neto e meu genro ainda está sendo difícil para eu assimilar. Sofro com isso. Sinto-me inútil pois nada posso fazer para ajudá-los. Ela trabalha demais, ele também e ainda fazem recreação para o filhinho. Graças a Deus estão dando conta de tudo...Minha filha acabou o doutorado, tendo ótimas notas. É muito inteligente a minha querida filha.  Penso que por enquanto é só. Vamos continuar na esperança do término dessa maldita doença que veio para acabar com vidas, com a esperança e com nosso modo de viver.  Essa é minha vida atual! 13/10/2020.


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